A importância da poesia para expressar ás emoções
No livro 800 anos de poesia alemã (pág. 188), é nos lembrado como os poetas tentam resolver o problema da eterna briga entre moral e prazer, eles são nossa esperança
Discute com meus alunos a importância da poesia, artes e da cultura em geral, para eles expressarem suas emoções, e porque é muito danoso para eles viverem nessa época de vazio cultural. O filósofo alemão do século XVIII, Johann Schiller acreditava, “romanticamente, no papel formador e educativo da arte e do artista engajados na construção de um homem e de um mundo reconciliados com os sentimentos, a imaginação, a poesia e a vida de impulsos e criações emanadas do íntimo profundo da natureza”.
A educação é feita pela família, cultura e religião, a escolarização é a forma formal da educação. Schiller era um romântico e como tal, acreditava no poder da cultura, assim como eu, a beleza junto com a tradição cristã, é uma forma poderosa de elevar a moral da sociedade: “uma obra fundamental de Schiller foi Série de cartas sobre a educação estética do homem (Über die ästhetische Erziehung des Menschen em einer Reihe von Briefen), publicada pela primeira vez em 1794, que foram inspiradas pelo grande desencanto que Schiller sentiu pela Revolução Francesa, sua degeneração em violência e do fracasso de sucessivos governos em colocar seus ideais em prática”.
“Schiller escreveu que "um grande momento encontrou um povo pequeno", ele escreveu as Cartas como uma investigação filosófica sobre o que tinha dado errado, e como evitar tais tragédias no futuro. Nas Cartas ele afirma que é possível elevar o caráter moral de um povo, primeiro tocando suas almas com a beleza, uma ideia que também é encontrada em seu poema Die Künstler (The Artists ): Somente através do portão da manhã da beleza é possível entrar na terra do conhecimento.”
Os poetas conseguem expressar o prazer de uma maneira não vulgar, ao colocar muitas vezes á moral, os sentimentos, eles elevam nossos impulsos á algo belo, que podemos reissignificar o belo para um projeto de vida baseado em valores, propósito e virtudes (filosofia de Epictecto), como os filósofos estoícos ensinam eliminar os desejos. Mas para a vida, é completamente necessário a beleza, a música, a poesia, ás artes, para se expressar e conectar com a natureza, assim desconstrair-mos da dureza da existência.
Trago aqui alguns trechos das cartas de Schiller: “Tratarei de um assunto que está intimamente ligado à melhor parte da nossa felicidade e não muito distante da nobreza moral da natureza humana. Defenderei esta causa do Belo diante de um coração pelo qual todo o seu poder é sentido e exercido, e que assumirá a parte mais difícil da minha tarefa numa investigação onde se é obrigado a apelar tão frequentemente aos sentimentos como aos princípios.”
“Pode-se afirmar que cada homem individual carrega dentro de si, pelo menos em sua adaptação e destino, um homem puramente ideal. O grande problema da sua existência é colocar todas as mudanças incessantes da sua vida exterior em conformidade com a unidade imutável deste ideal. Este homem ideal puro, que se revela mais ou menos claramente em cada sujeito, é representado pelo Estado, que é a forma objetiva e, por assim dizer, canônica, na qual as múltiplas diferenças dos sujeitos se esforçam para se unir. Agora se apresentam ao pensamento duas maneiras pelas quais o homem do tempo pode concordar com o homem das ideias, e há também duas maneiras pelas quais o Estado pode manter-se nos indivíduos. Uma dessas formas é quando o homem ideal puro subjuga o homem empírico e o Estado suprime o indivíduo;”
“Conseqüentemente, quando a razão traz sua unidade moral para a sociedade física, ela não deve prejudicar o múltiplo da natureza. Quando a natureza se esforça por manter o seu carácter múltiplo na estrutura moral da sociedade, isso não deve criar qualquer ruptura na unidade moral; a forma vitoriosa está igualmente distante da uniformidade e da confusão. Portanto, a totalidade do caráter deve ser encontrada nas pessoas que são capazes e dignas de trocar o estado de necessidade pelo de liberdade.”